Descrição
Todos os dias, Dolores senta em frente a uma janela e espera o tempo passar. Ela é uma
senhora cega de oitenta anos e sua única companhia é Jerônimo, o filho do meio, com cinquenta anos
passados. O silêncio, que não se vê, é o terceiro morador de uma casa acostumada com a violência
confundida com o desatino. A partir de memórias materializadas em sonoras palavras, mãe e filho
coexistem entre abrupta fúria e leveza, as quais somente os dois parecem compreender. Aos poucos, as
dores de Dolores nos mostram que não basta enxergar, porque o mais importante é querer ver. No fim,
não se preocupe se ficar confuso, pois a verdade é sempre aquilo que você vê.